A utilização do computador como uma ferramenta de trabalho diário, deve preceder de algumas atenções para que a sua saúde do usuário não seja prejudicada.
Um dos maiores e mais freqüentes problemas que ocorrem com os usuários de computador é a LER (Lesão por Esforço Repetitivo). Um dos fatores que ocasionam a LER é a postura (ergonomia) incorreta do usuário.
O mobiliário ergonômico para informática deve possibilitar a alternância postural da coluna, dos membros superiores (braços) e inferiores (pernas).
O uso diário de computadores é uma realidade. Para favorecer a alternância da posição dos membros inferiores os pés devem estar apoiados no chão, podendo assim assumir posições diferentes.
O conforto dos membros inferiores pode também ser complementado pelo descanso de pé.
Considerando as pessoas sentadas trabalhando com os pés apoiados no chão é necessário prever regulagens de alturas independentes da tela e do teclado.
A regulagem horizontal da superfície de apoio da tela se faz necessária para satisfazer as zonas de conforto visual das pessoas, para favorecer a projeção do tronco para trás e igualmente da tela.
A regulagem de altura da tela deve considerar a borda superior da tela no mesmo nível do olho do usuário, e a altura do plano de digitação próxima à altura do cotovelo.
O apoio das mãos durante a digitação é importante pois evita que o usuário flexione excessivamente o punho. A manutenção do punho neutro é ergonomicamente recomendada.
1. A cadeira deve ser estofada, e de preferência, com tecido que permita a transpiração;
2. A altura da cadeira deve ser regulável. A altura certa de sua cadeira de trabalho é aquela em que seus cotovelos estejam na altura do tampo da mesa;
3. A borda do assento deve ser arredondada;
4. Apóie as costas no encosto da cadeira que deve ter regulagem de altura. Ajuste a altura do apoio lombar de forma a lhe proporcionar conforto sem forçar qualquer ponto da coluna;
5. Procure sentar-se sempre alinhado com o eixo da cadeira;
6. Caso os seus pés não estejam bem apoiados, procure um apoio para os mesmos;
7. Mantenha os olhos no mesmo nível do topo da tela do computador. Não deixe a cabeça tombar para a frente;
8. Coloque o monitor de vídeo de lado para as janelas (nunca de frente, nem de costas);
9. Posicione o mouse junto do teclado;
10. Procure arranjar um suporte para documentos;
11. Nunca use o teclado longe do corpo ou torcido;
12. Os braços devem trabalhar na vertical, os antebraços devem estar na horizontal e os punhos apoiados;
13. É recomendado apoio para os punhos.
“Ergonomia vai muito além da cadeirinha e também não é só o posto de trabalho. Ergonomia é o campo de conhecimentos que baseado na ciência, busca adequação dos equipamentos, ambientes, organização do trabalho e as características e limitações antropométricas, fisiológicas, comportamentais, idade, sexo, habilidade etc.. dos seres humanos.
A ergonomia no ambiente estuda questões como as cores, iluminação, ruídos, umidade e temperatura. Nos equipamentos, vai desde a canetinha e o lápis, até o vestuário, o mobiliário, teclados, monitores, xerox e telefone. Todas são questões passíveis de intervenção ergonômica. Quanto à organização do trabalho, vai desde o relacionamento entre colegas, entre as chefias e o subordinado, até o ritmo, os turnos, as jornadas de trabalho e as solicitações impostas. Enfim, a soma e a adequação destes itens é que define a questão da ergonomia” (Prof. Bezerra de Menezes).
LER – Lesão por Esforço Repetitivo.
Conjunto de Síndromes (quadros clínicos/patologias /doenças ) que atacam os nervos músculos e tendões (juntos ou separadamente).
Elas são sempre degenerativas e cumulativas e sempre precedidas de alguma dor ou incômodo.
Quais são os sintomas?
Os sinais abaixo são indícios da eventual existência de uma lesão. Tendo alguns destes sintomas visite seu médico. Pode não ser nada. É melhor prevenir:
1. Sensação de peso, dormência e desconforto em áreas específicas. Pontadas ocasionais durante as atividades mais intensas (no trabalho ou fora dele) podem ocorrer. As sensações passam após descanso de horas ou poucos dias;
2. Existe dor com alguma persistência. A localização da dor é mais precisa. É mais intensa durante picos de atividade. Pode haver perda de sensibilidade, sensação de formigamento, inchaço e calor ou frio na área afetada. Mesmo com descanso a dor pode permanecer ou reaparecer subitamente sem que qualquer atividade tenha sido realizada. Momentos de estresse psicológico ou emocional podem provocar dor ou sensibilidade nos locais afetados;
3. Perda de força eventual ou freqüente. Dor persistente mesmo com repouso prolongado. Crises de dor aguda podem surgir mesmo durante repouso. Perda de sensibilidade freqüente e eventual perda de capacidade de realizar alguns movimentos sem muita dor. Irritabilidade gera ainda mais dor;
4. Dor aguda e constante, às vezes insuportável. A dor migra para outras partes do corpo. Perda de força e do controle de alguns movimentos. Perda grande ou total da capacidade de trabalhar e efetuar atividades domésticas.
Como prevenir?
1. Identificar os riscos a que você está sendo submetido (no trabalho ou fora dele). Eliminá-los. Se você conhecer alguém no seu ambiente (trabalho ou não) que sente dores com alguma freqüência executando as mesmas tarefas que você, pode ser um alerta de que os riscos existem e você pode ser o próximo;
2. Fazendo micro pausas (pequenas pausas rápidas) em qualquer atividade que se exerça repetitividade excessiva ou postura inadequada por tempo prolongado. Durante essas pausas faça alguns alongamentos para as áreas de seu corpo que estiverem executando a tarefa;
3. Cuidando de estar sempre com uma boa postura, incluindo a adequação do seu posto de trabalho de acordo com as características físicas e com sua atividade;
4. Não faça força nem pressão exageradas, repetitivas ou freqüentes em sua atividade;
5. Cuidando da sua qualidade de vida (corpo e mente).
Como se pega?
A doença se pega do abuso, do exagero (e/ou descaso) durante um tempo prolongado de:
1. Movimentos repetitivos;
2. Postura inadequada;
3. Força ou pressão.
O quadro se agrava quando fatores psicossomáticos como o Estresse se fizerem presentes.
A Lesão/Distúrbio pode ser adquirida no trabalho, em casa, praticando esporte ou hobby, ou ainda na combinação destas práticas.
Nota: problemas físicos e fraturas podem causar os mesmos efeitos da LER/DORT. Isso pode ocorrer por pinçamento de nervos, músculos e tendões.
Tem cura?
1. 100% dos casos são curáveis se diagnosticados nos primeiros estágios;
2. Nos casos mais graves a cura (integral ou parcial) dependerá da disciplina e de boas condições psicológicas do lesionado (não estar deprimido).
Como tratar?
1-Identificando a REAL causa do lesionamento para não repetir os fatores que lesionam durante o tratamento. Se afastar das causas diretas e indiretas da lesão;
2. Sabendo que não existe uma fórmula única. Cada caso é um caso totalmente diferente;
3. Bem diagnosticando a doença;
4. Fazendo fisioterapia especializada sempre (peça referências);
5. Mudar estilo de vida e melhorar a qualidade de vida, incluindo melhorar a auto-estima, os relacionamentos dentro e fora do trabalho, o condicionamento físico e a alimentação (mais verduras e frutas – menos frituras, doces e carboidratos);
6. Muita paciência, força de vontade e apoio de colegas, amigos e familiares;
7. Tratamentos alternativos podem ser utilizados. Os benefícios devem ser percebidos nas primeiras sessões. Caso contrário pare imediatamente e procure outras opções;
8. Cadenciar toda atividade repetitiva, incluindo atividade computacional, executando micropausas freqüentes numa razão mínima de 25 minutos de trabalho por 1 minuto de pausa (recomendável em casos crônicos a razão de 20 por 4), executando durante as pausas alongamentos para relaxamento de músculos, tendões e nervos. Durante as micropausas recomenda-se também a execução de automassagem nas mãos e braços;
9. Os alongamentos e automassagem indicados acima podem e devem ser realizados sempre que possível durante o dia ou a noite.
O que não fazer?
1-NUNCA, JAMAIS, esconda seus sintomas. Ao menor sinal vá ao médico;
2- Usar tala para trabalhar ou fazer qualquer outra atividade;
3-Engessar o braço por tempo maior que uma semana (não há necessidade de engessar em 99% dos casos);
4-Tomar anti-inflamatório não específico para LER;
5-Tomar anti-inflamatório por tempo prolongado. Uma ou duas semanas no máximo;
6-Consultar só um médico;
7-Operar a mão/punho (casos raros que exigem esse procedimento são menos de 1%);
8-Se tratar sem descobrir a causa REAL da lesão e os fatores agravantes;
9- Fazer fisioterapia não especializada – se a fisioterapia gerar mais dor, pare;
10-Acreditar que a lesão é puramente devido a fatores psicológicos (normalmente é apenas um agravante);
11-Ficar quieto quando você achar que o diagnóstico ou o tratamento estejam errado.
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